Brasília, 8 de junho de 2025
Brasília, 8 de junho de 2025

Sol Nascente ganha galeria de arte a céu aberto

Crédito: Mozart Silva

Cerca de 1 mil m² de muros e paredes da Favela Sol Nascente — a maior comunidade do Brasil em número de domicílios — foram transformados em uma verdadeira galeria de arte urbana. A intervenção artística marca a primeira etapa do Circuito Arte Não é Privilégio, projeto idealizado pelo Céu – Museu de Arte a Céu Aberto, criado pelo “artivista” e produtor cultural Kleber Pagu.

A proposta do circuito é ousada e potente: transformar periferias e áreas degradadas das 27 capitais brasileiras em museus de arte urbana acessíveis, vivos e conectados com a realidade local. No Distrito Federal, o campo de futebol da Chácara 87 e as casas vizinhas receberam intervenções coloridas e potentes, com obras que dialogam com o cotidiano, as lutas e os sonhos da comunidade.

“Ficamos muito felizes porque não apenas os artistas participaram desta transformação, também vimos os moradores pintando suas casas, arrumando paredes, nos auxiliando na limpeza e manutenção da praça”, celebra Kleber Pagu. Além da pintura dos muros, foram plantadas 20 mudas de árvores frutíferas e plantas ornamentais. Crianças também participaram das oficinas e coloriram o chão da praça com tinta e imaginação.

A ação reuniu mais de 100 artistas de várias regiões do DF, como Ceilândia e o próprio Sol Nascente, em um encontro de arte, afeto e pertencimento.

Arte do DF para o Brasil

A mostra é um desdobramento da primeira fase do Circuito, que levou os articuladores culturais Gilmar Satão e Andréia Santos para uma série de oficinas formativas na Funarte São Paulo em novembro de 2023. A iniciativa faz parte do Circuito Funarte de Artes Visuais Marcantonio Vilaça 2023 e terá mais duas edições este ano, nas cidades de Salvador e Belém.

Para Gilmar Satão, o projeto é sobre criar pontes entre a arte e a comunidade. “É muito importante esta união de artistas e moradores. Espero que essa junção se perpetue”, afirma. Já Andréia Santos destaca: “No convívio com os moradores, percebemos que falamos a mesma língua. Eles se expressam de muitas formas por meio da sua arte.”

A artista convidada Naiana Nati também aponta a potência do intercâmbio proporcionado pelo projeto. “Estar neste circuito é importante para que nosso trabalho seja visto e vivido dentro da comunidade.”

Mais do que uma exposição de arte, o Circuito Arte Não é Privilégio é um manifesto visual por transformação social, identidade, memória e direito à cidade. “O projeto reafirma o papel da arte urbana como linguagem de resistência e construção de futuros possíveis”, conclui Kleber Pagu.


SERVIÇO
Exposição Circuito Arte Não é Privilégio – DF
Local: SHSN, Chácara 87 – Campo Sintético, Sol Nascente (DF)
Fonte: Sylvio Novelli – Assessoria em Comunicação
Crédito: Mozart Silva

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